sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

RELEMBRANDO MEU PAI

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Extraída do Livro "Raízes", publicado em 2000, da autoria de sua filha, Fátima Piancó

O bravio matuto sai da roça
Pra tentar seu destino na cidade
Se depara à cruel realidade
lnda assim não recua à sua choça,
Tirar-lhe o sabor não há quem possa
De gozar todo o Dom que Deus lhe deu
Foi assim que um dia ele escreveu
PIANCÓ como nome de história
Fez na luta, o trabalho a sua glória
Em todo tempo que aqui permaneceu

Incansável faminto do labor
Abraçando a qualquer dificuldade
Sem cursar a nenhuma faculdade
Deu lições de mestrado ou doutor
Foi na vida um eterno vencedor
Nos seus feitos marcados de valia
Passo a passo sozinho construía
Toda a obra que ao nome deu renome
Que a mais vil das invejas não consome
Esta mente que Deus iluminou

Era a Fábrica o que mais o orgulhava
Pois a tantos servia humildemente
Quem não lembra o sorriso incandescente
Quando a velha caldeira apitava
No semblante, porém não disfarçava
O cansaço de tantas madrugadas
De tarefas braçais realizadas
Pois ficar a olhar não se continha
Quanta força e coragem ele tinha
Quão bonito era o que realizava

Mas um dia a "eterna namorada"
Sem seu dono ficou e entristeceu
A caldeira esfriou, emudeceu
Esperando, por outro, ser tocada
Quando um dia soar sua toada
Certamente o apito é de saudade
A chorar o pesar da orfandade
A sentir o pegar de mãos estranhas
Assistindo queimar suas entranhas
Sem ter-lhe amor e sem dizer-lhe nada

E à tua terra, o que aconteceu?
Por ela então tu não foste um varonil?
Te desdobraste em trabalhos mil
Mas esta ingrata não reconheceu
Nem gratidão te ofereceu
Por tantas roupas que hoje a ela veste
E a liberdade que a ela deste
Na grande luta da emancipação
O homem público trabalhara em vão
A terra amada dele se esqueceu.

Pai e Leo


A primeira vez que Leonardo, meu filho mais velho, foi a Itapetim, meu pai mostrou toda a Fábrica a ele. Uma criança de apenas 6 meses, ele mostrava e explicava com tanta satisfação!

Pai mostra fábrica a Leo

Leo visita a Fábrica


Beta minha irmã (segurando Fábio Antônio - Bito nos braços), e eu com meu filho Leo, no depósito de polpa de goiaba. Todo o estoque de goiaba beneficiada era guardado em armazéns da Fábrica, posteriormente vendido à Palmeiron.